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29 de mar. de 2011

Sobre o ato de escrever

Nunca tive o sonho de ser escritora, muito menos tive a vontade de fazer jornalismo. Acredito que eu nunca havia parado para escrever um texto sobre um assunto qualquer até eu criar o blog. Claro que trabalhos da faculdade, ou as padronizadas redações do vestibular, muito escrevi. Mas sempre havia alguém por trás que iria me corrigir, as vírgulas, a pontuação, a introdução, desenvolvimento, conclusão.

Precisei chegar tão longe para descobrir a nobreza da escrita. Seguindo conselhos do Thomaz, comecei a escrever aquilo que eu sentia. Quando eu me sentia mal, bastavam alguns minutos de escrita que as dores saiam de mim em forma de palavras. E elas não só saiam, elas também se fixavam na tela do computador, esclarecendo todos meus anseios e livrando-me deles dessa forma.

O mesmo acontece com as coisas positivas que eu vivo. Quando as compartilho, fico feliz por receber comentários dos meus amigos e família, sei que então toquei eles de alguma maneira e pude proporcionar um pequeno instante do que eu vivo e penso. Fico mais feliz ainda quando sei que fiz alguém refletir comigo sobre determinado assunto.

Por mais que escrever seja um ato solitário, como me sinto mais completa quando compartilho meus textos.

E assim vou indo, aos poucos me descobrindo.

28 de mar. de 2011

Inspiração

Às vezes ela aparece,

pulsa e grita: Vem comigo!

Ou eu vou sozinha - ameaça.

E a proposta sempre me parece irresistível...


27 de mar. de 2011

Primavera



Porque é primavera,

Te amo, é primavera

Te amo, meu amor



Minhas observações sobre o estilo dos franceses (1)

Não sou expert em moda, não conheço todas as últimas tendências, e o meu fashionpedia é o blog da Julia Petit. Contudo, posso apontar alguns detalhes do estilo das francesas que me chamaram a atenção nesses três meses. E quanto a essas observações, não estou falando das roupas usadas pelas fashionistas, e sim do estilo das meninas e meninos que eu convivo na escola em que eu estudo (escola de business privada de classe média-alta).

Aqui estão, 9 observações que, juntas, fazem toda a diferença.

1) O clássico é eterno:
Se você olhar para uma multidão de jovens no inverno, vai notar que as principais cores usadas são: preto, marrom, azul marinho e cinza. Para alguns pode parecer muito triste, mas não tem como negar que essas cores não tem erro e ficam bem na maioria das pessoas. O corte dos casacos de lã é aquele que deixa toda mulher elegante: bem cortado, estruturado, preto, comprimento abaixo da cintura.

2) Menos é mais:
Em vez de combinar todas as estampas e cores possíveis para, quem sabe assim, conseguir criar um look harmonioso, elas apostam em peças simples, normalmente no mesmo tom, que combinem entre si. Vulgaridade também está fora. Pernas sempre com meia-calça, blusas sem decotes chamativos e roupas que não sejam muito coladas no corpo.

Cena na praia de Cassis

3) Maquiagem discreta:
Elas usam pouca maquiagem. É comum ver o clássico lápis preto nos olhos. E só.

4) Cabelos naturais:
Chapinha é difícil de ver no dia a dia. O comprimento é o médio e a cor também é natural.

5) Manicure:
Unhas? Desculpe Colorama, Sephora e todas as outras incríveis marcas de esmalte, mas unhas sem esmalte é o mais comum de se ver por aqui. E eu não acho que seja porque as manicures são relativamente mais caras, já que eu notei que quem tem as unhas mais compridas, coloridas e detalhadas são as meninas de classe baixa.

6) Os sapatos definem quem você é:
Tênis é usado para correr e praticar esportes. Afinal, não é pra isso que ele serve? No dia-a-dia, botas, sapatinhos oxford e tênis de passeio são os mais comuns de se ver. Para os homens, sapato e mocassim é o que se usa num dia comum. Ainda não vi nenhum tênis Nike Shox aqui, ufa!

Quer saber a qual classe social uma pessoa pertence? Olhe para os seus sapatos e você descobrirá.

7) Meninos sem vergonha de terem estilo:
Eles não tem medo de usar roupas mais arrumadas no dia-a-dia, pois simplesmente todos se vestem assim. Se você vai numa festa, encontrará muitos usando camisa, colete, blusas mais arrumadas, com cortes diferentes, sobreposições clássicas, sapato de couro, mocassim, lenço no pescoço, etc. E não, eles não são gays. É típico de gaúcho fazer piada do menino que está mais arrumado em alguma ocasião. Mas meninos, por favor, não se acanhem, e apostem mais no estilo de vocês.

Pasmem, mas eu ainda não vi nenhuma camiseta polo listrada com jeans e tênis. Ufa, mais uma vez!

8) Feminilidade:
Vestidos e saias sem restrição. Como é difícil ver uma menina usando uma calça boyfriend com tênis!

9) Como viemos ao mundo:
Mulheres mais velhas cultivam suas rugas com mais naturalidade e muitas delas inclusive cultivam um cabelo branco com um corte moderninho. Não são esticadas, tem um bronzeado natural, não costumam passar por tantas cirurgias quanto as brasileiras e silicone não é comum. Talvez esse seja um dos motivos que faz com que as francesas sejam tão charmosas: elas são felizes com o que tem. Se cuidam, claro, mas não se martirizam por não serem perfeitas. E esse ar de "estar de bem com a vida", é muito elegante.

26 de mar. de 2011

Alpargata de renda



Simplesmente amei.

H&M 12,95 euros.

Para minha surpresa

Ontem à noite resolvi ir à Brazilian Party, festa organizada por algumas associações estudantis da faculdade em que eu estudo. O objetivo era mostrar o verdadeiro carnaval brasileiro. Obviamente que de brasileiro não tinha nada. Eles tocaram umas 3 músicas em português, uma delas com português de Portugal, e as outras eu nunca tinha ouvido tocar. Mas até aí tudo bem.

Chegamos na festa por volta da 1h da madrugada, e a festa estava vazia. Normal, pois eu já sabia que lá pelas 2h é que começaria a ficar melhor. Na pista haviam algumas pessoas dançando e um grupo de uns 6 garotos usando a camiseta oficial do Brasil de futebol. Achei legal, pelo menos alguém além de mim para representar o País. Eis que um desses meninos vem falar comigo e com as minhas amigas lituanas. Começa falando inglês e chegando muito perto para conversar, invadindo o nosso espaço físico. Logo começo a falar em português, para que ele não fique importunando a todos, talvez só a mim. Então ele começa a falar que a festa está uma merda, que as festas da minha faculdade eram uma merda, que eles não sabem fazer festa, etc. Tentei explicar que era cedo, e que normalmente as festas que tem mais gente são as festas na quarta-feira, mas o querido não quis me escutar. Depois perguntou de onde vinham as minhas amigas, e eu prontamente respondi com um sorriso que elas vinham da Lituânia, afinal foi um dos povos mais simpáticos e divertidos que eu conheci aqui. Foi só dizer essa palavra mágica que ele me perguntou se elas eram putas, prostitutas: "Elas só podem ser, porque quem vem da Lituânia e desses países do leste europeu  pode ser prostituta". Depois de repetir isso mais ou menos umas 3 ou 4 vezes, acho que ele olhou o meu olhar de espanto e disse: "Tudo bem, talvez as suas amigas não sejam prostitutas".

Em dois minutos de conversa ele conseguiu falar mal da minha faculdade, das festas dos meus colegas, das festas que os franceses participam e, o pior de tudo, das minhas amigas.

Ignorância também é um estado de espírito. Um intercâmbio realmente pode ser muito bom para expandir nossos horizontes e quebrar paradigmas e preconceitos, mas apenas se você estiver disposto à fazer isso.

Nós não somos piores nem melhores que o povo da Lituânia. Brasileira também costuma ter fama de prostituta em Portugal e na Espanha. Só por isso quando eu visito esses países significa que eu também sou prostituta? Por favor, brasileiros no exterior, não me decepcionem mais.

25 de mar. de 2011

Malandragem

Malandragem não é exclusiva de brasileiro (para aqueles que pensam). A seguinte cena aconteceu semana passada:

Estava indo no supermercado de ônibus. Aqui, diferente do Brasil,  não tem cobrador e o passageiro compra a passagem com o motorista de ônibus. De vez em quando passam os fiscais e conferem o ticket de todo mundo. Isso todo mundo já sabe. Claro que sempre tem aqueles que não querem pagar 1,50 euros, especialmente os jovens. Então ou a pessoa não paga na cara dura, e se o fiscal vem até tenta negar, ou a pessoa tenta dar um jeitinho: compra um ticket reserva, e fica cuidando se os fiscais estão na próxima parada de ônibus. Se ao longe ele vê os fiscais, saca o ticket do bolso e valida rapidamente antes de os fiscais entrarem. Eu achando que até que era uma ideia inteligente, e sacana, óbvio. Até que um menino fez exatamente isso no ônibus e os fiscais, que não são bobos, viram! O menino tentou negar tudo, e sem sucesso, teve que pagar uma multa básica que deve custar por volta de 30 euros e foi expulso do ônibus, o que eu considero o maior mico.

Vale a pena passar por cima das regras por tão pouco?

No Brasil, será que esse sistema funcionaria? Se a fiscalização realmente fosse eficiente, eu prefiro acreditar que sim. Aqui em Marseille, não tem mês em que os fiscais não entram no ônibus para fazer o seu trabalho. Inclusive nos últimos ônibus, à meia noite! E isso faz com que a pessoa que não valida o seu ticket fique temerosa de que os fiscais entrem. É fácil ver quem pagou, e quem quer passar por malandro. Ou a pessoa está tranquila, aproveitando a sua viagem, ou ela está sempre olhando para a rua, nervosa.

Sempre tenho o meu passe de ônibus comigo. Viagem sem estresse, e sem mico.

23 de mar. de 2011

Quem disse...

...que preto e azul marinho não combinam? Ou que, ou você usa preto, ou você usa marrom?

Essas dicas até podem se aplicar a determinadas situações, mas não pode ser generalizada. O exemplo abaixo nos mostra exatamente o contrário: preto, azul marinho e marrom, tudo junto, tudo misturado, tudo ao mesmo tempo!

Aproveitem e apostem nas cores clássicas, que deixa qualquer mulher elegante.

 Keira Knightley
Fonte: Blog Julia Petit



Meu desenho

18 de mar. de 2011

Diferenças culturais entre os alemães e os chineses


Acima, vídeo mostrando as diferenças culturais entre os alemães e chineses.

Não consegui colocar o vídeo no blog, mas para quem tiver interesse, esse é um vídeo curto que envolve muitas diferenças culturais com explicações muito mais profundas. Foi indicação da professora da matéria de Intercultural Management. Em aula paramos cada slide e avaliamos o por quê dessas diferenças. Adorei o vídeo.

Diferenças

Quando eu saí de Porto Alegre, eu não tinha noção do quanto viajar e conhecer outras culturas iria abrir meus horizontes. Mas foi com esse objetivo principal que eu vim para a França. Não estou preocupada em ir super bem nas cadeiras (desculpa, UFRGS!), nem em viajar toda e Europa em um mês. Devagarinho vou conhecendo melhor cada nacionalidade que encontro, e cada vez que eu paro para conversar com alguém de um país diferente, me assusto comigo mesma, com a minha ignorância perante o mundo. Não somos nós que dizemos que o mundo é tão pequeno? Ele é tão grande ao mesmo tempo! Se você se irrita quando falam que a língua oficial do Brasil é o espanhol, te faço uma pergunta rápida: você sabe qual é a língua falada na Lituânia e na Letônia? E na Estônia, então? E eles também não gostam quando você acha que todos eles falam russo ou lituanês, ou outra língua que a sua imaginação criar!

Percebi nesses meses que se passaram que tem algumas culturas que eu me relaciono mais que as outras. Pode ter sido o acaso que me fez me relacionar com essas nacionalidades primeiro do que as outras, mas minhas amigas mais próximas são norueguesas, finlandesas, suecas e polonesas. Nada de latino-americanos, para o meu espanto. Inclusive, generalizando, os latinos são os que mais me deixam desconfortáveis quando estou perto; eles falam alto, são expansivos e se relacionam basicamente com o seu grupo de amigos. Claro que conheci algumas pessoas incríveis, por outro lado; um colombiano, com um inglês impecável, sociável e polido. Além de outros latinos, brasileiros também, que viraram meus amigos e eu gosto muito.

Os norte-europeus me ensinam muito no dia a dia. Pontualidade, discrição, validação das regras e leis. No Brasil eu até posso ser pontual se um compromisso é marcado para as 10h, e eu chego às 10h. Aqui, dependendo do compromisso, se eu chegar às 10h, as portas estarão fechadas. Entre outras coisas. É tão bom poder aprender alguns detalhes que nenhuma cadeira da faculdade irá te ensinar. Se fosse colocar todos aqui acho que eu ficaria a tarde inteira escrevendo.

E você? Está aberto ao mundo? Ou ainda mantém os seus preconceitos com culturas diferentes das suas?